Na sexta-feira, dia 9 de maio de 2025, o projeto “Dançando com a Diferença”, em cooperação com a turma do 5.º F da Escola Básica de 2.º e 3.º Ciclos de Aranguez, apresentou o seu mais recente projeto à Escola Secundária Sebastião da Gama.
“Dançando com a Diferença” – sessão na escola sede do AESG

O grupo “Dançando com a Diferença” e o 5.º F da Escola Básica de 2.º e 3.º Ciclos de Aranguez apresentaram o seu mais recente trabalho aos alunos do secundário da Escola Secundária de Sebastião da Gama.
Na sede do agrupamento de referência, no concelho, na educação inclusiva, a performance foi exibida a alunos do 10.º e do 12.º ano.
Tendo começado com uma dança preparada pelos alunos e professores ao som de uma adaptação de “É urgente o amor”, da autoria de Eugénio de Andrade, a exibição continuou ao som de “Mar Português”, poema da autoria de Fernando Pessoa, tendo terminado com um simbólico abraço enquanto duas alunas cantavam em coro.
Os professores Ana Cláudia, Orlando e João do 5.º F, num trabalho conjunto com o projeto “Dançando com a Diferença”, foram capazes de construir uma “coreografia magnífica”, palavras do coordenador do projeto Fernando Vieira.
A história de Fernando e Luísa

Fernando Vieira sofre de uma doença neuromuscular que, devido às diversas limitações que esta apresenta, vê-se obrigado a deslocar-se numa cadeira de rodas com a supervisão de alguém, nomeadamente a sua mulher, esta também participante no projeto, Ana Luísa, natural de Viseu.
Fernando, com uma esperança média de vida de 18 anos quando foi diagnosticado, hoje, aos 50 anos, é membro ativo no projeto “Dançando com a diferença”.
A sua participação permite mostrar que possui uma vida normal, subjacente apenas a algumas condições diferentes.
Fernando e Luísa, juntos há 24 anos, envolveram-se no projeto há mais de 5 anos.
Projeto “Dançando com a Diferença”

O projeto “Dançando com a Diferença” teve início na Madeira, em 2001, sendo hoje um programa de referência não apenas a nível nacional como também internacional.
Esta iniciativa mostra aos participantes como o seu movimento é também uma forma de arte, como por exemplo no caso de Fernando, o qual reconhece que em palco a cadeira é apenas um complemento do seu corpo.
A atividade leva os seus participantes à descoberta, mostrando que a condição individual de cada um é o que permite que estes expressem a sua arte, cada um do seu modo, bem como o gosto por dançar, comum a todos os participantes.
A interação com diferentes pessoas em diferentes situações leva a um maior conhecimento, nomeadamente intrapessoal, bem como a uma melhoria da autoestima e da autodeterminação, como reconheceram Luísa e Fernando.
Citando Luísa, “Qualquer um de nós pode ser bailarino ou intérprete, não sendo a condição sinónimo de limitação.”
Uma lição para a vida
Num grupo com tanta diversidade, os participantes reforçaram a ideia de que todos são iguais.
A promoção da igualdade e aceitação das diferenças são alguns dos grandes objetivos do grupo, onde a idade não é barreira.
Em palco, não são vistas as incapacidades de cada um, mas as capacidades, aliás, como reconheceu a professora Maria Fernanda Oliveira, Diretora do Agrupamento, «todos somos diferentes mas todos temos algo a aprender uns com os outros».
O professor Nuno Lemos reforçou uma das mensagens mais importantes que Fernando Vieira tenta passar “Com sucesso ou sem sucesso, devemos dar o nosso melhor”.
A atuação terminou com a exibição de uma faixa com uma frase simbólica da autoria do Davi, aluno do 5.º F, “Aproveita a Vida enquanto é Tempo”.
Guilherme Menezes
José Samões
Rodrigo Cardoso
Tiago Portela
12.º D
